Noticias

Geração de renda e sustentabilidade são foco da capacitação Educação para o Campo

horta riachinho noticia

As terras do sertão mineiro ganham vida e cores com a realização de mais uma Capacitação da Ação Educação para o Campo, que qualifica famílias para a produção agrícola e sustentável, visando a manutenção das práticas no campo e a geração de renda por meio do cultivo de uma horta agroecológica. 

A ação é fruto de uma parceria entre a Fundação Educacional Caio Martins (Fucam), a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Desta vez, entre os dias 26 e 28 de setembro, os municípios de Riachinho e Buritizeiro receberam a implantação das hortas comunitárias que contam com canteiros dimensionados, sistema de irrigação e apoio técnico. 

As hortas foram pensadas como um empreendimento para as famílias selecionadas em cada município. Elas serão responsáveis por plantar, cultivar e vender os alimentos. Todo o lucro da comercialização será destinado aos beneficiários, que terão apoio da Fucam e de técnicos locais para manter a qualidade da produção. Na abertura do evento, o presidente da Fucam, Frederico Corrêa Lima destacou a importância das ações. “A horta agroecológica é uma oportunidade para que as famílias se capacitem e produzam alimentos orgânicos, saudáveis e de baixo custo. A partir da experiência na horta, poderão ampliar seus horizontes na produção agrícola, tendo em mente a necessidade de produzir sem degradar, expandindo seus negócios e contornando situações de vulnerabilidade", comentou.

Em Buritizeiro, a solenidade contou com a presença do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes. Ele valorizou a sucessão das atividades no campo, destacou o potencial da região e ressaltou a importância da preservação do meio ambiente. “Cada vez mais o agronegócio tem crescido em Minas Gerais, responsável pela geração de emprego e renda, respeitando o meio ambiente e produzindo com sustentabilidade. Seguimos com muita consciência, com os pés nos chão, por que não precisamos agredir o meio ambiente para produzir”, relatou. 

Maria Aparecida Rodrigues Rocha, moradora de Buritizeiro, é uma das beneficiárias da horta. Ela vê a capacitação como uma oportunidade para conhecer melhor sobre a produção agroecológica, para cultivar saúde e gerar renda. “Hoje, quase ninguém mais dá valor a uma horta, e esse resgate feito pela Fucam vai ser bom não apenas para mim e para minha família, mas para outras pessoas também. Será uma oportunidade de termos um complemento de renda”, contou.

Em Riachinho, Eliane Ferreira dos Santos espera que o trabalho na horta renda bons frutos. “Quando fiquei sabendo dessa oportunidade logo pensei que seria muito bom, porque além de ter as verduras para mim, ainda terei para vender na comunidade”, disse. 

Além da geração de renda, a produção agroecológica tratá muitos outros benefícios para as comunidades atendidas, já que o processo produtivo é pautado pelo uso de insumos naturais, que não agridem o solo e conferem maior valor nutricional e desenvolvimento dos alimentos, conforme explica o coordenador de agroecologia da Emater, Fernando Tinoco. “A agroecologia é a cara da agricultura familiar. Trabalhamos com a natureza, com os recursos da propriedade e da região, então nada melhor que trabalharmos com palha, esterco e outros insumos naturais”, explicou. A preservação da saúde também é o forte dessa modalidade, completa Tinoco. “O alimento orgânico não tem resíduo de agroquímicos, então é um alimento que vai, realmente, promover a saúde humana”, afirmou.

Parcerias

Para realizar os projetos, a Fucam conta com parceiros que viabilizam a estrutura das hortas e a capacitação dos beneficiários. O kit para irrigação, usado nas hortas, foi doado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) que participa do projeto por meio de duas políticas públicas desenvolvidas pela Secretaria: Educação para o Campo e Irriga Minas – Agricultura Irrigada Sustentável.  

As aulas teóricas e práticas foram ministradas pelo Coordenador Estadual de Agroecologia da Emater, Fernando Tinoco, que ensina, para os participantes, os princípios da agroecologia, a importância do uso consciente do solo e a crescente demanda do mercado por alimentos orgânicos. 

Hortas

A Fucam já possui hortas agroecológicas instaladas em Esmeraldas, Januária e Juvenília, São Francisco, Riachinho e Buritizeiro, atendendo famílias em situação de vulnerabilidade, contribuindo para qualificação das comunidades para a produção no campo, visando a sustentabilidade e a geração de renda. 

Fundação relembra história das personalidades e suas influências para a comunidade local

ARREDONDADO PERSONALIDADES FUCAM

 

A Fucam, atualmente, gerencia oito escolas em oito municípios do interior do estado. Os nomes de algumas dessas escolas homenageiam personagens importantes, não só para a história local, como para a história da própria Fundação.

Conheça algumas dessas personalidades e suas relações com os municípios onde as escolas estão localizadas.

Caio Martins

Caio Vianna Martins nasceu em Matozinhos em 13 de julho de 1923 e desde cedo já chamava a atenção pelo seu gosto por causas humanitárias. Passou a viver em Belo Horizonte com os pais e integrou a Associação Escoteira Afonso Arinos, em 1937, se tornando monitor aos 14 anos. 

Caio Martins foi vítima de um dos maiores acidentes ferroviários da história do Brasil, junto com seu grupo de escoteiros. Mesmo ferido após o acidente, trabalhou para salvar o maior número possível de vidas. Um dos enfermeiros que esteve no resgate ofereceu ajuda a Caio depois de muitas horas de trabalho, mas o escoteiro negou afirmando que haviam muitas pessoas para serem socorridas. Neste momento, ele afirmou "o escoteiro caminha com as próprias pernas".

Em decorrência de uma hemorragia interna, Caio Martins faleceu 24 horas após o acidente, em 20 de dezembro de 1938.  Os relatos dos amigos e das pessoas que foram ajudadas e salvas por ele, o fizeram entrar para a história como um herói nacional, tendo recebido diversas homenagens. O nome da Fucam surgiu com o intuito de homenageá-lo.

Dom Joaquim Silvério

Dom Joaquim nasceu na Fazenda das Peneiras, no Rio Piracicaba, em 20 de julho de 1859. Ele foi nomeado em 1902 como bispo de Diamantina, cidade onde faleceu em 30 de agosto de 1933. Criou escolas normais (destinadas à formar professores) em Itambacuri, Conceição do Mato Dentro, Curvelo e Diamantina. Dom Joaquim também foi padre e professor de Latim, Português e História. Além disso, também escreveu dois livros. O nome do arcebispo foi dado às escolas, ruas e praças como forma de homenagem.

Marieta Amorim 

A professora Marieta morava em Pirapora, no norte de Minas, e foi uma das primeiras professoras da rede estadual de Buritizeiro. Ela trabalhava na Escola Estadual Elisa Teixeira. Sua competência, dedicação e paixão pela educação estão interligadas com os princípios da escola, que hoje a homenageia com seu nome. 

Jerônimo Pontello

Jerônimo Pontello foi um professor que lecionava na área das agrárias na própria escola, localizada em Couto de Magalhães de Minas, que anteriormente se chamava Escola Estadual Helena Antipoff. O professor faleceu enquanto operava um trator, que acabou tombando. O nome da escola é uma homenagem ao seu trabalho e dedicação à docência.

Coronel Almeida

Coronel Manoel José de Almeida, fundador e ideólogo da Fundação Caio Martins, nasceu no município de Januária em 23 de setembro de 1912.  Se destacou na carreira militar e se casou com Márcia de Souza Almeida, que junto com ele, foi responsável por dar início à história da Fucam. Juntos, fundaram a granja-escola Caio Martins, em Esmeraldas, no ano de 1948. A fazenda Santa Tereza deu início às atividades das escolas Caio Martins, que mais tarde ajudariam milhares de famílias.

Iniciativa visa capacitar famílias para  produzir alimentos orgânicos e gerar renda

hortas riachinho e buritizeiro

 

Nos dias 26 e 28 de setembro, a Fundação Educacional Caio Martins (Fucam) realizará a implantação de hortas agroecológicas em Riachinho e Buritizeiro. A Ação da Capacitação Educação para o Campo é uma iniciativa socioprodutiva da Fucam em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

 

Para a implantação das hortas, serão realizadas capacitações que visam qualificar as famílias selecionadas para cuidar da horta em cada município. O objetivo é oferecer formação e apoio técnico para que os beneficiários do projeto possam cuidar das hortas e produzir alimentos orgânicos que serão comercializados pelos próprios produtores, ajudando a melhorar a renda das famílias.

 

Proporcionar para a comunidade a oportunidade de se qualificar e produzir alimentos orgânicos e de qualidade é um dos objetivos da ação, explica Teresa Gusmão, gerente de Ações Socioprodutivas da Fundação. “Oferecemos, nos Centros Educacionais, todo o suporte para que as famílias produzam nas hortas sem qualquer custo, contribuindo para que possam contornar situações de vulnerabilidade. O projeto é pensado para que o conhecimento adquirido seja aplicado, também, fora da Fucam, aumentando as possibilidades de geração de emprego e renda”, contou.

 

A capacitação é de extrema importância para o Centro Educacional de Buritizeiro e para toda a comunidade, afirma a coordenadora do Centro Educacional da Fucam no município, Maria Alice Correa Oliveira. “Os beneficiários conhecerão técnicas fundamentais para o cultivo, produção e comercialização dos produtos da horta agroecológica, com propostas pedagógicas inovadoras e discussão dos impactos da ação para o bem-estar futuro de nossa gente, que é carente de oportunidades e vive, às vezes, sem perspectiva de renda para um sustento digno de seus familiares”, disse. A coordenadora ainda conta que outro ponto positivo é o vínculo que será criado entre os pequenos produtores e os parceiros envolvidos na capacitação.

 

O coordenador do Centro Educacional de Riachinho, Joel Paulino da Silva, acredita que a implantação da horta será de grande valia para a comunidade. “Além de melhorar a renda das famílias envolvidas na produção e venda dos produtos da horta, elas terão um aumento significativo em suas rendas, além de ofertar produtos fresquinhos, de boa qualidade e sem agrotóxico para nossa comunidade que é tão carente e desprovida de estabelecimentos que poderiam oferecer produtos dessa natureza”, contou.

 

A Fucam já possui hortas agroecológicas instaladas nos centros educacionais de Esmeraldas, Januária, Juvenília e São Francisco. A realização da capacitação em Riachinho e Buritizeiro contemplará todas as unidades da Fundação.

Evento contou com mais de 200 alunos da Fucam e 17 profissionais de diferentes áreas


ARREDONDADO Workshop das Profissões São Francisco

 

Mais de 200 alunos do ensino médio da Escola Estadual Dr. Tarcísio Generoso, instituição sob gestão da Fucam em São Francisco, participaram de um workshop com a presença de 17 profissionais de diferentes áreas. Eles conversaram com os estudantes sobre as vantagens e desafios de suas profissões.

 

Proporcionar aos alunos um contato mais próximo com esses profissionais é o principal objetivo do evento, explica Antônio Marcos, diretor da escola. “O objetivo é apresentar um panorama das inúmeras possibilidades de carreira disponíveis para eles”, afirmou. Segundo o diretor, cada profissional pôde, inicialmente, se apresentar e, em seguida, posicionaram-se em uma mesa identificada com a profissão, onde receberam os alunos para um bate-papo.

 

O workshop também foi importante para ajudar a sanar as dúvidas e indecisões dos estudantes do ensino médio que ainda não se decidiram sobre qual profissão seguir. É o que afirma José Augusto, 17 anos, aluno do 2º ano da escola. “Eu estava muito indeciso sobre qual carreira seguir, mas depois de conversar com alguns profissionais eu consegui as respostas que eu buscava”, contou. José considerou o workshop incrível, principalmente para as pessoas que ainda não sabem qual profissão seguir.

 

De acordo com Ana Caroline Rodrigues, nutricionista que participou do evento como uma das profissionais, o Workshop das Profissões é uma excelente oportunidade para compartilhar conhecimentos, experiências, desafios e recompensas. “Os adolescentes puderam tirar suas dúvidas, ampliar seus horizontes e se inspirar para escolher seu futuro profissional”, explicou.

 

Para a nutricionista, é fundamental que os adolescentes tenham acesso a informações confiáveis sobre as profissões, que os ajudem a identificar seus interesses, habilidades, valores e objetivos. “O workshop é uma maneira de proporcionar informação de forma lúdica, interativa e motivadora. Também promove o desenvolvimento de competências transversais, como comunicação, criatividade, liderança e trabalho em equipe, que são essenciais para qualquer profissional”, completa.

 

A escolha dos profissionais e profissões ocorreu com base em pesquisa de interesse realizada junto aos alunos do ensino médio e com base na disponibilidade dos profissionais no município. Ao final do workshop, a diretoria da escola juntamente com o NAE (Núcleo de Acolhimento Educacional) realizou a entrega de um certificado de participação para cada um dos profissionais. Além dos 200 alunos da escola Tarcísio Generoso, o evento também contou com mais 30 alunos de outras instituições de ensino.

Professores e alunos explicam sobre a importância dos aprendizados no agronegócio

ARREDONDADO BURITIZEIRO ALGODÃO VISITA

 

Alunos do curso técnico em agronegócio da Escola Estadual Professora Marieta Amorim Vieira, instituição sob gestão da Fucam em Buritizeiro, realizaram uma visita de campo para conhecer a cadeia de produção de algodão.  O objetivo da visita foi mostrar aos estudantes como está a realidade do setor na região, tendo em vista que cidades próximas à Buritizeiro já se destacam como produtores de algodão. A ideia é articular a formação geral com a preparação do exercício da profissão técnica.

 

Tanto o curso quanto a visita de campo estão sendo produtivos para os alunos, que enxergam as aulas como uma oportunidade para adquirir conhecimento e habilidades para iniciar ou expandir um negócio agrícola. É o que afirma o estudante Luiz Guilherme de Souza Rocha Rodrigues, de 18 anos.

 

“Vejo inúmeras formas em que o curso de agronegócio pode agregar, significativamente, na minha vida. Acredito que irá me proporcionar um conhecimento aprofundado sobre o setor agrícola, incluindo as cadeias de produção, comercialização e aspectos econômicos relacionados”, explicou. Guilherme também contou sobre a visita de campo. Para ele, foi uma experiência enriquecedora. “Foi muito interessante ver como os agricultores se dedicam ao plantio das sementes e como cuidam das plantas para garantir uma colheita saudável. Eles compartilharam suas técnicas, mostrando todo o conhecimento que possuem sobre a cultura e como enfrentam os desafios do clima e das pragas”, reiterou.

 

Maria Aparecida Rodrigues Rocha, de 60 anos, também estudante do curso, disse que a visita foi importante para entender mais sobre o fomento do cultivo de algodão na região. “Conhecer a cadeia de algodão e sua produção foi uma experiência valiosa para adquirir conhecimento. Recebemos informações importantes sobre o cultivo da cultura na região, todo o processo da colheita até a comercialização”, afirmou Maria Aparecida. Ainda segundo a estudante, as aulas são produtivas e os professores são comprometidos e capacitados. “O agronegócio me interessa como estudante e futura profissional. Eu sempre tive vocação para o campo”, completou.

 

Werbson Souza, professor do curso técnico, explica a metodologia empregada nas aulas. Ele visa estimular os alunos na realização de pesquisas, na produção de conhecimentos e no trabalho em grupo em visitas de campo e outras atividades relacionadas. “Ao final de todo esse esforço é sempre gratificante receber um feedback positivo dos alunos que se identificam com o agro”, completa.

 

Produção de algodão em Minas

 

Segundo o professor, Minas Gerais ocupa a quinta colocação no ranking nacional de produção da fibra. “Já existem programas de apoio para o setor, que estimulam os produtores. Sabendo que a principal região produtora de algodão em Minas é a Noroeste, essa cultura passa a atrair a atenção também dos agricultores familiares da região”, conta Werbson.

 

O curso técnico gerido pela Fucam visa capacitar os estudantes para que adquiram competências profissionais no agronegócio, desenvolvendo um olhar empreendedor e identificando oportunidades nas diversas áreas do meio.